Ouro
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79 196,967 2.970 1.063 19,3 3,1
Au
Ouro
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Amostra de ouro. |
Símbolo de riqueza e
importante fator econômico em todas as épocas, a ponto de ter
servido de padrão internacional de conversão de moedas por mais de
um século, o ouro encontrou novas aplicações, no fim do século XX
nas indústrias eletrônica e espacial.
O ouro, elemento
químico do símbolo Au, é um metal de cor amarela, denso e brilhante.
O ouro é, de todos os metais, o conhecido há mais tempo, pois era
empregado desde o V
milênio a.C. Sua bela cor amarela, a inalterabilidade e a raridade
fazem dele o metal precioso por excelência. Com densidade 19,5,
funde-se a 1.064º C e emite vapores violeta a temperaturas mais
elevadas. É o mais maleável e o mais dúctil de todos os metal; pode
ser reduzido a folhas de 1/10.000mm de espessura, que deixam passar
uma luz verde. É, porém, bastante mole, o que obriga a misturá-lo
como o cobre. Inalterável no ar em qualquer temperatura, é atacado
pelo cloro e o bromo e dissolve-se no mercúrio. Nenhum ácido isolado
age sobre ele, mas é dissolvido pela água-régia, mistura de ácidos
clorídrico e nítrico. Trivalente nos sais áuricos, que são os mais
importantes, o ouro é monovalente nos sais aurosos. Seu composto
mais corrente é o cloreto áurico AuCl3, que forma
cristais prismáticos vermelhos e cuja solução é amarela. Esta age
como oxidante sobre os sais ferrosos, o ácido sulfuroso, as matérias
orgânicas, com precipitação de ouro metálico púrpura. Com os sais de
estanho, dá a púrpura de Cassius, empregada na pintura em porcelana.
O cloreto de ouro forma com o ácido auroclorídrico HAuCl4.
Os sais de ouro também dão complexos com os cianetos.
Mineral ativo, o ouro
cristaliza-se no sistema cúbico (monométrico, isométrico ou
regular), e são raros os cristais distintos e perfeitos. Ocorre
comumente em formas arborescentes alongadas e não tem clivagem, ou
seja, fragmentação em planos.
Ocorrência e
obtenção:
O ouro está amplamente
distribuído na natureza, embora encontrado em concentrações
escassas. Normalmente encontrado em rochas magmáticas, na forma de
partículas de várias dimensões, o ouro também ocorre em rochas
sedimentares e freqüentemente em conexão com rochas metamórficas.
Encontra-se, mais freqüentemente e em quantidades apreciáveis, em
depósitos sedimentares clásticos denominados placers.
Quando associado ao
quartzo, o ouro é encontrado de maneira irregular, em pequenas
lâminas (freqüentemente invisíveis a olho nu), cordões e mesmo
massas de cristais. Os minerais que comumente acompanham o ouro são:
pirita. calcopirita, galena, esfalerita, arsenopirita, terradimita,
minerais de telúrio, bismuto nativo, arsênico nativo, estibinita,
cinábrio, magnetita, barita, xilita, apatita, fluorita, siderita e
crisocola.
Durante muito tempo o
ouro não foi diretamente obtido dos veios de quartzo, mas de
depósitos secundários encontrados nos vales, nas encostas de
montanhas ou colinas e no leito dos rios. O ouro aí encontrado
apresenta-se usualmente puro, em massas denominadas pepitas quando
atingem certas dimensões. Atualmente são mais raros os depósitos
sedimentares, e o ouro é obtido diretamente da rocha matriz.
Embora o ouro em quase
todas as regiões da Terra, sob as mais diversas condições de
ocorrência. No Brasil, durante muito tempo os depósitos mais
importantes estiveram ao longo da serra do Espinhaço, em Minas
Gerais, e a mina de Ouro Velho, nas proximidades de Belo Horizonte,
é uma das mais profundas do mundo. Entretanto, na segunda metade do
século XX
a principal área de extração foi a Amazônia, com destaque para os
seguintes garimpos: Serra Pelada, rio Tajapós, rio Aman, rio
Paraguai e rio Madeira.
Sob o ponto de vista da
extração, as minas de ouros pertencem a dois tipos. No primeiro
tipo, as minas de rochas auríferas, geralmente localizadas em
filões, o teor do minério é da ordem de 6 a 12 gramas de ouro puro
por tonelada de terra e rocha. A exploração desse tipo de mina pode
ser feita a mais três mil metros de profundidade. O segundo tipo, as
minas de depósitos aluvionais auríferos, é de exploração bem mais
fácil. O trabalho se faz por meio de dragas, e os teores de minerais
são mais baixos que nas minas do primeiro tipo.
Na exploração de veios
subterrâneos (filões), o metal é triturado, lavado e submetido à
amalgamação, processo que consiste na mistura dos grânulos de ouro
com mercúrio em placas de cobre, para separá-los da ganga. O metal
puro é obtido por destilação do amálgama. Em outros casos, essa
última fase é substituída pela reação do ouro com cianureto de
sódio, com posterior precipitação do metal puro por reação com zinco
ou alumínio.
O tratamento do ouro
encontrado nas areias de aluvião é bem mais simples. A massa arenosa
fina passa por calhas transportadoras equipadas de de desbastadores
e chega a coadores com fundo revestido de veludo filetado. Também se
podem utilizar as mesas de balanço e eventualmente e flotação. O
ciclo da extração, quase sempre finalizado com amalgamação, inclui
ainda a refinação, quando o ouro contém impurezas, que podem ser
eliminadas por copelação, por via química (pela ação do cloro ou do
ácido sulfúrico) ou por eletrólise.
Aplicações:
Pode ser encontrado em
forma relativamente pura na natureza, e pela singularidade de suas
propriedades físicas, o ouro tornou-se o mais apreciado dos metais,
muito utilizado desde a antiguidade em joalheria, ourivesaria e
decoração. Artesões egípcios, monóicos, assírios e estruscos criaram
belos e elaborados trabalhos de arte em ouro, material que era
aceito na troca por bens serviços.
Em joalheria, o ouro é
geralmente empregado em liga com a prata e cobre (ouro amarelo), com
níquel (ouro branco), paládio ou platina. O ouro puro diz-se ouro
fino; e a liga com menor teor de ouro é chamada de ouro baixo. O
ouro é classificado por quilate, que cada uma das partes em peso do
metal usado em liga. Uma liga de 12 quilates contém cinqüenta por
cento de ouro, enquanto a de 24 quilates é ouro em estado puro.
Quando os quilates são estipulados por lei, diz-se que o ouro é de
lei.
Por sua elevada
condutibilidade elétrica e resistência a agentes corrosivos, o ouro
é empregado na indústria elétrica e eletrônica, no revestimento de
circuitos impressos, contatos, terminais e sistemas semicondutores.
Películas muito finas de ouro, que refletem mais de 98% da radiação
infravermelha incidente, são usadas em satélites artificiais para
controle de temperatura e nos visores dos trajes espaciais, como
proteção. Da mesma forma, essas películas, aplicadas às janelas dos
grandes edifícios comerciais, reduzem a necessidade de
ar-condicionado e conferem maior beleza às fachadas. Na área de
saúde, o ouro tem aplicação na odontologia, para obturação, e o ouro
radioativo se usa na cintilografia do fígado.
Mais de metade da
produção mundial de ouro é adquirida pelos bancos centrais de todos
os países para construir reserva monetária. Além disso, como
garantia do papel-moeda em circulação, o ouro pode ser utilizado
para cobrir diferenças nas balanças de pagamentos dos diferentes
países.
A adoção do ouro como
unidade de conta pelos diferentes sistemas monetários conduziu ao
estabelecimento do padrão-ouro, posto em vigor pela primeira vez no
Reino Unido em 1821. Tal padrão estipulava relações fixas pelas
quais qualquer moeda poderia ser convertida em seu valor em ouro.
Depois da primeira guerra mundial, no entanto, o número de países
que garantiam a conversão da sua moeda em ouro passou a ser cada vez
menor, e a prática foi totalmente extinta, após ser abandonada pelos
Estados Unidos, último país a adotá-la.
Produção:
A produção mundial
anual aproxima-se, hás vários anos, de 1.500 toneladas. Um pouco
mais da metade provém da África do Sul, e provavelmente um terço da
Rússia. em abaixo, vêm o Canadá, E.U.A., Japão, Gana, com uma
contribuição unitária que varia de 20 a 60 toneladas. Como o ouro da
Rússia é parcimoniosamente comercializado, compreende-se a primazia
no mercado mundial da África do Sul, onde o nível de extração é, em
contrapartida, estreitamente tributário das cotações e das
perspectivas (a prazo) do produto. Em 1977, a produção no Brasil
beirava as cinco toneladas. Descobriram-se depois ricas jazidas
(Carajás), cujo aproveitamento procura racionalizar.
Economia:
O ouro cessou,
historicamente, de ver seu papel monetário degradar-se. As moedas,
primitivamente constituídas por um metal precioso, depois apenas
conversíveis nesse metal, a seguir ligadas (de maneira
frouxa) a este, acabam por separar-se dele quase complemente. Uma
das razões do enfraquecimento do papel monetário do ouro deve-se ao
fato de que suas cotações flutuam livremente e de que ele, portanto,
não pode servir de padrão para o sistema monetário internacional;
além do mais, a convertibilidade em ouro do dólar, principal moeda
internacional, não está assegurada, desde 1971.
Propriedades físicas e químicas do ouro:
|
Número atômico: |
79 |
Peso atômico: |
196,967 |
Ponto de fusão: |
1.063º C |
Ponto de
ebulição: |
2.966º C |
Densidade: |
19,3 (20º C) |
Estados de
oxidação: |
+1, +3 |
Configuração
eletrônica: |
(Xe)4f145d106s1 |