Carbono
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Mapa da chave
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C
Carbono
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Amostras de carbono. |
Conhecido pelo homem
pré-histórico sob as formas de carvão vegetal e negro-de-fumo
(material empregado em pinturas de cavernas), o carbono se apresenta
também em dois estados elementares cristalinos: como diamante, sua
forma mais preciosa, e como grafita, empregada desde a antiguidade
na fabricação de lápis. A maior importância do carbono, no entanto,
vem do fato de toda matéria viva ser formada de combinações desse
elemento.
Carbono é um elemento
não-metálico, pertencente ao grupo IVa
do sistema periódico, cujo símbolo químico é C e o número atômico,
6. Caracteriza-se por apresentar diferentes estados alotrópicos e
participar de todas as substâncias orgânicas. Além das formas
cristalinas — diamante e grafita —, os carbonos fósseis de vegetais
constituem outra forma de carbono elementar que aparece na natureza,
mesclado com outros elementos. Nesses casos, a proporção de carbono
pode chegar à cerca de noventa por cento, como no antracito, o
carvão fóssil de origem mais antiga. Os compostos minerais de
carbono, como o calcário (carbonato de cálcio) e a magnesita
(carbonato de magnésio), constituem cerca de 0,2% da crosta
terrestre.
O petróleo e o gás
natural são misturas de hidrocarbonetos — compostos orgânicos
constituídos de carbono e hidrogênio — e formam grandes bolsas em
alguns pontos do subsolo. Sua origem são os restos vegetais e
animais de épocas geológicas remotas, que ficaram recobertos por
estratos durante a evolução da crosta terrestre.
Propriedades físicas
e químicas:
O diamante, incolor e
transparente em estado puro, é o corpo natural mais duro que se
conhece. Possui densidade de 3,5g/ml, elevado índice de refração e
não conduz eletricidade. A grafita, negra e untuosa ao tato,
apresenta uma estrutura em finas lâminas que se cristalizam segundo
o sistema hexagonal (um dos sete modelos possíveis de formação de
cristais), diferentemente do diamante, que se cristaliza no sistema
cúbico. Além disso, a grafita é boa condutora de calor e de
eletricidade. As variedades amorfas de carbono são de cor negra
intensa e não condutoras.
As duas características
químicas fundamentais do elemento são a tetravalência, em virtude da
qual cada um de seus átomos pode unir-se com outros quatro, e sua
capacidade de estabelecer ligações covalentes — de elétrons
partilhados — entre os próprios átomos de carbono. Em conseqüência
dessas propriedades, o número de compostos do carbono é vinte vezes
superior ao das combinações que não contêm esse elemento.
Compostos orgânicos:
A maior parte dos
compostos de carbono conhecidos são substâncias orgânicas, isto é,
compostos de carbono e hidrogênio, este chamado elemento
organizador. Na verdade, a criação dessa disciplina, separada da
química inorgânica, é anterior a 1828, ano em que o alemão Friedrich
Wöhler sintetizou a uréia em laboratório, derrubando a convicção de
que as substâncias orgânicas só podem ser produzidas por organismos
vivos.
Os compostos orgânicos
e inorgânicos distinguem-se por suas propriedades, como a
solubilidade e a estabilidade e, sobretudo, pelo caráter das reações
químicas de que participam. Os processos reativos dos compostos
inorgânicos são iônicos, praticamente instantâneos e simples. Nos
compostos orgânicos esses processos são não-iônicos, lentos e
complexos. Entende-se por reação iônica aquela em que intervêm
átomos ou agregados atômicos com carga elétrica, seja positiva ou
negativa.
As substâncias
orgânicas contêm poucos elementos, em geral de dois a cinco. Além de
carbono e hidrogênio, integram os compostos orgânicos o oxigênio, o
nitrogênio, os halogênios, o enxofre e o fósforo. Outros elementos
menos abundantes também fazem parte dos compostos orgânicos naturais
ou preparados em laboratório.
Compostos
inorgânicos:
Além dos mencionados
compostos orgânicos, o carbono forma também compostos inorgânicos,
entre os quais se destacam, por suas aplicações, o sulfeto de
carbono (CS2), empregado como matéria-prima na indústria
têxtil para obtenção de fibras sintéticas; o carbeto de cálcio (CaC2),
primeiro elo de numerosos processos de síntese na indústria química;
e o carboneto de silício (CSi), quase tão duro como o diamante, que
faz parte dos componentes das pedras de afiar e esmeris utilizados
para trabalhar metais.
Os óxidos de carbono
mais importantes são o monóxido de carbono (CO) e o dióxido de
carbono, ou gás carbônico (CO2). O primeiro, que resulta
da combustão de carbono ou compostos orgânicos carbonados, é um gás
tóxico. O dióxido de carbono participa da composição da atmosfera e
encontra-se também nos mananciais de águas gasosas.
Outro grupo de
combinações carbonadas é constituído pelos sais de ácido carbônico,
os carbonatos e os bicarbonatos, de grande solubilidade. Esses
compostos se liquefazem à temperatura ambiente e conservam-se em
estado líquido. Formam o chamado gelo seco (anidrido carbônico
sólido), material utilizado em refrigeração e conservação, assim
como no transporte de frutas.
Ciclo do carbono na
natureza:
Os ciclos do carbono e
do oxigênio na natureza são processos fundamentais na transformação
constante das substâncias orgânicas que constituem a biosfera, ou
seja, o ambiente em que se desenvolvem os fenômenos biológicos. Na
primeira etapa do ciclo, a fotossíntese, as partes verdes das
plantas absorvem o dióxido de carbono atmosférico e o fazem reagir
com a água. Para isso, servem-se da luz solar e da presença de
clorofila. Formam-se assim compostos de carbono complexos, que vão
constituir a própria estrutura dos vegetais, com liberação de
oxigênio. Esse gás, que passa ao ar, é utilizado na respiração de
bactérias e animais, em que se registra o processo inverso —
captação de oxigênio e desprendimento de dióxido de carbono — com o
que se encerra o ciclo. O ciclo do carbono, com seus elementos de
transformação — vegetação em geral — é extremamente importante
porque, graças a ele, assegura-se a continuidade do equilíbrio
ecológico vital. Tanto é assim que o dióxido de carbono presente na
atmosfera de todo o globo se esgotaria em apenas 25 anos se não
fosse recomposto pelos processos de respiração bacteriana e animal,
que mantêm seus índices em níveis constantes e, em conseqüência,
preservam as condições básicas para a vida na Terra.
Aplicações:
Os diamantes, sejam
pedras incolores ou de matizes especiais, rosado, azul ou verde, são
apreciados em joalheria. Se imperfeitos, como as pedras cinzentas ou
negras, se empregam para lapidar ou polir outras pedras finas. Já a
grafita é empregada para fabricar lápis, cadinhos e eletrodos, e
também em galvanoplastia, procedimento eletroquímico para obtenção
de objetos metálicos ocos.
Utilizam-se os diversos
tipos de carvão como combustíveis e em centrais térmicas. A hulha
betuminosa é fonte de produtos químicos, como amoníaco, fenol,
benzeno e alcatrão, importantes matérias-primas no fabrico de
corantes, plásticos e explosivos. O carvão vegetal, produto poroso
obtido da destilação seca da madeira, além de combustível é também
absorvente, e por isso muito utilizado em refinarias de açúcar e em
máscaras contra gases, cujo filtro de carvão vegetal retém os gases
tóxicos. O poder absorvente é menor no carvão animal ou carvão de
ossos. A variedade de carvão conhecida como negro-de-fumo, que se
obtém na combustão de gás natural, petróleo, alcatrão ou óleo, com
quantidades limitadas de ar, é uma das variedades mais puras de
carbono amorfo, já que contém cerca de 98,6% do elemento. Utiliza-se
no fabrico de tinta de impressão, graxas e esmaltes negros.
O carbono tem também
aplicação fundamental na siderurgia. Nas fundições é empregado em
forma de coque, produto da combustão limitada de hulha, ou de carvão
vegetal, como redutor na obtenção de ferro no alto-forno. Assim, o
aço é ferro que contém proporções variáveis de carbono, capaz de
endurecer ao resfriar-se rapidamente pelo processo conhecido como
têmpera. Eliminam-se primeiro o excesso de carbono e outras
impurezas do ferro de fundição, para depois acrescentar a proporção
desejada de carbono e outros elementos.
Outra interessante
utilização do carbono é a datação em geologia ou arqueologia. O
átomo cujo núcleo tem seis prótons e seis nêutrons é conhecido como
carbono 12. Na atmosfera terrestre encontra-se também o carbono 14,
isótopo radiativo do carbono, cujo núcleo tem dois nêutrons a mais.
O carbono 14 origina-se da ação da radioatividade cósmica. Como os
seres vivos assimilam os elementos da atmosfera, contêm em seu
organismo, enquanto vivem, uma proporção de carbono 14 igual à da
atmosfera. Ao morrerem, deixam de trocar matéria com o meio e o
carbono 14 começa a se desintegrar em seus restos, transformando-se
em seu isótopo comum. Desse modo, ao fim de 5.600 anos, a proporção
de carbono 14 fica reduzida à metade. Determinado o conteúdo de
carbono 14 de um fóssil, pode-se calcular com relativa precisão de
que época ele data. Esse método, porém, não é aplicável a
antiguidades superiores a 25.000 anos, tempo de desintegração total
do carbono 14.
As principais jazidas
de diamantes encontram-se na África do Sul, Brasil, Venezuela e
Índia. A grafita é mais dispersa: os maiores depósitos acham-se na
Coréia, Alemanha, México, Áustria, República Tcheca, Sri Lanka e
Madagascar. Quanto às bacias carboníferas, estão distribuídas
desigualmente no mundo inteiro.
Propriedades físicas e químicas do carbono:
|
Número atômico: |
6 |
Peso atômico: |
12,011 |
Ponto de
fusão: |
3.550º C |
Ponto de
ebulição: |
4.287º C |
Densidade: |
grafita: |
3,52g/ml |
carbono: |
2,25g/ml |
Estados de
oxidação: |
+2, +3, +4 |
Configuração
eletrônica: |
2-4 ou 1s22s22p2 |